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Análise de tráfego de malware: como é realizada na prática?

A análise de tráfego de malware é uma etapa essencial no combate a ciberameaças. Com o aumento exponencial das ameaças digitais, entender como malwares se comportam em redes e dispositivos permite que empresas e indivíduos se protejam de forma mais eficaz. 

Essa compreensão não apenas ajuda na prevenção de ataques, mas também possibilita uma resposta mais rápida e eficiente em caso de incidentes.

Nos últimos anos, o avanço das técnicas utilizadas por cibercriminosos leva a um aumento significativo na complexidade dos ataques. Ferramentas sofisticadas, como malwares polimórficos, tornam a detecção mais desafiadora, exigindo que profissionais de segurança estejam sempre atualizados com as mais recentes metodologias de análise.

Neste blog, exploraremos em detalhes como a análise de tráfego de malware é realizada, incluindo as ferramentas mais utilizadas, as etapas do processo e as melhores práticas para mitigar riscos associados.

O que é a análise de tráfego de malware?

Para entender a análise de tráfego de malware, é preciso entender o que é esse ciberataque. Trata-se, portanto, da comunicação entre um malware e sua infraestrutura de comando e controle (C2), bem como as ações realizadas na rede. Esse tráfego pode incluir:

  • Transferência de dados roubados.
  • Envio de comandos para operações maliciosas.
  • Atualizações de configuração do malware.

Além disso, o tráfego de malware pode utilizar múltiplos protocolos e técnicas de disfarce para evitar a detecção. Exemplos incluem o uso de criptografia para mascarar comunicações e a utilização de servidores legítimos comprometidos para atuar como intermediários.

Compreender esse tráfego ajuda a identificar e mitigar ameaças antes que causem danos significativos, protegendo tanto dados sensíveis quanto a infraestrutura de redes corporativas.

Nesse sentido, a análise de tráfego de malware pode ser dividida em diferentes etapas, cada uma sendo necessária para a compreensão e neutralização da ameça. 

Este processo exige ferramentas, conhecimento especializado e uma abordagem sistemática para identificar, compreender e mitigar ameaças. Confira a seguir cada uma delas em detalhe:

Passo a passo da análise de tráfego de malware

Primeiro, é necessário realizar a configuração de um ambiente de teste, que seja controlado e seguro. Ferramentas populares incluem:

  • Wireshark: para captura e análise de pacotes de rede.
  • Zeek (antigo Bro): para monitoramento de redes.
  • Cuckoo Sandbox: para analisar comportamentos de malware em um ambiente isolado.

Ferramentas adicionais, como plataformas de análise baseadas em nuvem, oferecem escalabilidade e recursos para lidar com ameaças modernas, permitindo uma abordagem mais robusta e eficiente.

Além disso, é necessário utilizar sandboxes, que permitem que malwares sejam executados sem riscos reais para os sistemas de produção. Elas possibilitam a observação do comportamento do malware, incluindo comunicações de rede, alterações em arquivos e execução de comandos. 

Vale ressaltar que plataformas mais recentes oferecem integração com sistemas de detecção e análise automatizada, aumentando a agilidade e a precisão na resposta.

Configurar uma sandbox inclui criar máquinas virtuais isoladas, configurar ferramentas de captura e assegurar que nenhum dado sensível seja exposto durante a execução dos testes.

2. Captura de tráfego de rede

Capturar tráfego de rede é um dos passos mais importantes na análise de malware. Isso envolve o monitoramento e registro de pacotes de dados que passam pela rede. 

Ferramentas como o Wireshark permitem uma captura detalhada e fornecem insights sobre os dados em trânsito. Para um monitoramento ativo eficaz, é necessário:

  • Identificar padrões normais de tráfego na rede.
  • Configurar filtros para capturar apenas dados relevantes.
  • Utilizar protocolos seguros para armazenar as informações capturadas.

Durante a captura, analistas buscam indícios de atividades suspeitas, como:

  • Conexões frequentes com servidores desconhecidos.
  • Transferências de dados criptografados de origem duvidosa.
  • Comportamento anômalo em portas não usuais.

Técnicas como inspeção de cabeçalhos HTTP, análise de DNS e correlação com bases de dados de reputação ajudam a identificar tráfego malicioso que poderia passar despercebido em uma análise superficial.

3. Decodificação e análise de dados

Nesta etapa, a inspeção profunda de pacotes é fundamental para identificar e categorizar tráfego de malware. Essa técnica permite examinar o conteúdo dos pacotes, extraindo:

  • URLs.
  • Endereços IP de destino.
  • Dados transmitidos.

Ferramentas como o Suricata ou o Snort, combinadas com soluções de DPI, ajudam a identificar malwares que usam criptografia ou ofuscação para evitar a detecção.

Além disso, também ocorre a análise detalhada dos protocolos em uso pelo malware, como HTTP, HTTPS ou DNS, que permite identificar como ele se comunica com seus servidores de comando e controle. Consultas DNS a domínios novos ou raramente utilizados, por exemplo, podem indicar comunicações suspeitas.

Adicionalmente, protocolos proprietários utilizados por malwares mais sofisticados requerem análises customizadas e ferramentas especializadas.

4. Correlação de dados

Ter acesso a uma base de dados de ameaças, como VirusTotal e feeds de IoCs, é essencial para correlacionar informações capturadas com ameaças conhecidas. Isso inclui:

  • Identificação de IPs associados a ataques anteriores.
  • Reconhecimento de hashes de malware conhecidos.
  • Detecção de domínios frequentemente usados para atividades maliciosas.

Essa correlação de dados também permite priorizar ameaças com base em sua severidade e impacto potencial. Os IoCs incluem, por exemplo:

  • IPs maliciosos.
  • Hashes de arquivos.
  • Domínios utilizados pelo malware.

A identificação desses elementos auxilia na configuração de sistemas de detecção e prevenção, além de informar decisões relacionadas a bloqueios e quarentenas em redes corporativas.

5. Geração de relatórios e ações de mitigação

Para analisar os relatórios corretamente, é necessário incluir nos relatórios:

  • Detalhamento do malware analisado.
  • Descrição das técnicas utilizadas para disseminação.
  • Recomendações claras para prevenção e mitigação.

Esses relatórios são compartilhados com equipes de segurança e gerentes de TI, servindo como base para a melhoria de políticas de segurança e treinamento interno.

Além disso, é preciso criar contramedidas, como:

  • Atualização de assinaturas de detecção em firewalls e sistemas de prevenção de intrusão (IPS).
  • Bloqueio de domínios e endereços IP maliciosos.
  • Educação dos usuários sobre boas práticas, como evitar cliques em links desconhecidos.

A implementação rápida e coordenada dessas medidas é indispensável para mitigar os impactos do ataque e prevenir futuros incidentes.

Ao seguir essas etapas, analistas de segurança podem compreender profundamente as táticas e estratégias empregadas por malwares, fortalecendo suas defesas e aprimorando suas respostas a incidentes.

Boas práticas para fortalecer as defesas

A análise de tráfego de malware é apenas uma parte de uma estratégia de segurança abrangente. A adoção de boas práticas pode minimizar os riscos e proteger os ativos da organização.

Manter softwares, firewalls e sistemas operacionais atualizados é essencial para reduzir vulnerabilidades exploradas por malwares. Além disso, o investimento em soluções de segurança modernas pode impedir a disseminação de ataques mais sofisticados.

Funcionários informados são a primeira linha de defesa contra ataques cibernéticos. Campanhas regulares de conscientização sobre phishing, senhas fortes e melhores práticas de navegação ajudam a criar uma cultura de segurança dentro da organização.

Ao investir em soluções tecnológicas, boas práticas e treinamentos regulares, organizações podem fortalecer suas defesas e se preparar melhor para enfrentar os desafios do futuro. Conte com a Tracenet Solutions para essa implementação!